quarta-feira, 29 de agosto de 2007

OBRA ARTÍSTICA - Ana Carolina e Maíra

Chegou a nossa vez.! Achamos que antes de postar precisamos explicar o critério de escolha....
É que percebemos que nós duas, desde que nascemos, temos uma coisa muito comum com ELE...
Somos todos FRANCISCO!!!
Chico Buarque

Obra artística: Coleção de DVDs
Chico de Hollanda, de aqui e de alhures
"Parceiro de euforias e desventuras, amigo de todos os segundos, generosidade sistemática, silêncios eloqüentes, palavras cirúrgicas, humor afiado, serenas firmezas, traquinas, as notas na polpa dos dedos, o verbo vadiando na ponta da língua - tudo à flor do coração, em carne viva... Cavalo de sambistas, alquimistas, menestréis, mundanas, olhos roucos, suspiros nômades, a alma à deriva, Chico Buarque não existe, é uma ficção - saibam.Inventado porque necessário, vital, sem o qual o Brasil seria mais pobre, estaria mais vazio, sem semana, sem tijolo, sem desenho, sem construção."
Ruy Guerra, cineasta e escritor, outubro de 1998


Ele é ...
- Compositor, intérprete, poeta e escritor
- Referência obrigatória da Música Brasileira a partir dos anos 60

Influências:
- Filho do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, morou em São Paulo, Rio e Roma durante a infância. Desde criança teve contato em casa com grande personalidades da cultura brasileira, como Vinicius de Moraes (que viria a se tornar seu parceiro), Baden Powell e Oscar Castro Neves, amigos dos pais ou da irmã mais velha, Miúcha, também cantora e violonista.

Trajetória:

- 1964 começa a se apresentar em shows de colégios e festivais e no ano seguinte gravou pela RGE o primeiro compacto, com "Pedro Pedreiro" e "Sonho de um Carnaval".

- Em 1965, musicou o poema "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, que fez enorme sucesso no Brasil e na França, para onde excursionou, arrancando elogios até mesmo do poeta João Cabral, que admite só ter autorizado a utilização do poema por amizade ao pai de Chico.

- Com o Festival de Record de 1966 tornou-se conhecido no Brasil inteiro por sua música "A Banda", interpretada por Nara Leão, que conseguiu o primeiro lugar

- Sua participação em festivais foi definitiva para a consolidação de sua carreira. Fez sucesso com "Roda Viva", "Carolina" e "Sabiá", e defendeu ele mesmo suas músicas "Benvinda" e "Bom Tempo".

- Lançou LPs no fim da década de 60, fazendo shows na França e Itália, onde morou por aproximadamente um ano.

- De volta ao Brasil, fez música para cinema e gravou um de seus discos mais bem-sucedidos, "Construção". Várias de suas composições e peças de teatro tiveram problemas com a censura na época da ditadura militar, e chegou a usar o pseudônimo Julinho de Adelaide para assinar algumas de suas músicas, como "Acorda, Amor".

- No teatro, escreveu "Gota D''Água" com Paulo Pontes, e a "Ópera do Malandro". Como escritor, lançou em 1991 o romance "Estorvo" e, quatro anos depois, "Benjamin". Depois disso voltou a dedicar-se à música, lançando "Paratodos" em 1993 e "as cidades" em 1999, ambos com amplas turnês pelo Brasil e exterior.

- Em 2001, Chico lança o DVD “As cidades”. Além do show "As Cidades", filmado em película, o especial traz cenas captadas no Rio de Janeiro e em Buenos Aires. Entre as participações especiais estão Jamelão, a Velha Guarda da Mangueira e Maria Bethânia.

- CD Duetos é lançado em 2002 e reúne 14 das mais de 200 participações de Chico cantando com outros artistas. Participaram do CD: Marçal, Ana Belén, Nara Leão, Zeca Pagodinho, Sergio Endrigo, Nana Caymmi, Johnny Alf, Pablo Milanés, João do Vale, Dionne Warwick, Miúcha, Tom Jobim e Elba Ramalho. - O DVD “Chico ou o país da delicadeza perdida” é lançado em 2003. Neste trabalho, Chico Buarque estreou para a televisão francesa em 1990.

- Após 8 anos sem gravar um disco de inéditas, Chico Buarque lança o CD “Carioca” em 2006. São 12 faixas, algumas em parceria com os artistas Edu Lobo, Ivan Lins e Tom Jobim.

Coleção de DVDs:

MEU CARO AMIGO trata das parcerias e amizades, À FLOR DA PELE aborda a temática feminina na obra do compositor e VAI PASSAR fala dos difíceis anos de censura e ditadura. Um registro emocionante de diferentes momentos da história do Brasil, contado por um de seus mais importantes criadores.

MEU CARO AMIGO
O DVD MEU CARO AMIGO abre a série retrospectiva da obra de Chico Buarque, destacando algumas de suas paixões: a cidade do Rio de Janeiro e seus parceiros e amigos. Apesar de ter nascido no Rio, Chico não se considera carioca da gema, pois viveu a juventude e a infância em São Paulo e parte em Roma. “Conservei um olhar quase estrangeiro sobre o Rio. Tenho ainda uma relação de deslumbramento com a cidade. O Rio, na minha origem como compositor, é a fonte da música. A música brasileira que eu aprendi a gostar vinha do Rio: o samba, os carnavais, os programas da Rádio Nacional.”
O DVD traz ainda revelações inéditas sobre sua obra e suas parcerias, como quando o compositor fala sobre as várias composições deixadas por Tom Jobim, que continuam sem letras, e estão guardadas em seu apartamento. O compositor relata como foi iniciado afetuosamente na arte de letrista pelo poeta Vinicius de Moraes, amigo de família e freqüentador da casa de seu pai, o historiador Sérgio Buarque de Holanda. Amigos, parceiros e canções vão se sucedendo neste primeiro episódio da série, de forma descontraída e intimista. Tom Jobim, Miúcha, Elis Regina, Edu Lobo, Toquinho, Gal Costa, Djavan, Dorival Caymmi, Francis Hime, Daniela Mercury e um time de músicos da melhor qualidade vivem juntos com Chico momentos que vão ficar para sempre na memória de quem gosta de música brasileira. O DVD mostra ainda, pela primeira vez, a canção Renata Maria, composta em parceria com Ivan Lins.






À FLOR DA PELE
O DVD À FLOR DA PELE trata da temática feminina na obra do compositor Chico Buarque. O programa foi gravado em Paris, cidade onde o artista gosta de se refugiar para escrever em seu apartamento no bairro de Marais. Chico conta que conheceu Paris em companhia do pai, quando ainda era menino. Na capital francesa, ele viu pela primeira vez uma mulher nua, numa foto de revista. No romântico e nevoento inverno parisiense, Chico Buarque filmou em boulevards e bistrôs sob um frio de -1oC, usando chapéu e sobretudo cinzas, em clima meio nostálgico. Para o artista, os tempos modernos e a informalidade das novas gerações não diminuíram em nada o mistério das mulheres: Sou um curioso do universo feminino. Esforço-me, tento entender, mas acho que nunca vou conseguir. As mulheres são surpreendentes e misteriosas.

Neste segundo DVD da série retrospectiva da obra de Chico Buarque são mostradas canções importantes ligadas à temática feminina na obra dele. Ao lado de Caetano Veloso, Milton Nascimento, Nara Leão, Francis Hime, Leo Jaime e grandes músicos, Chico mostra ser o grande intérprete da alma feminina na música brasileira. Vários compositores escreveram letras no feminino para serem interpretadas por cantoras. Em À FLOR DA PELE, Chico Buarque conta que a prática de escrever letras na primeira pessoa no feminino surgiu a pedido de Nara Leão, para quem compôs Com açúcar, com afeto. Segundo Chico, sua decantada sensibilidade para a alma feminina é apenas uma resposta a uma encomenda de Nara. O artista fala também que as personagens de sua obra são pura invenção, não se baseiam na vida real. Há controvérsias. Para este programa, Chico compôs uma nova canção, As atrizes. Fala do fascínio pelas mulheres que o faziam sonhar nas telas dos cinemas.





VAI PASSAR
Este terceiro DVD da série retrospectiva da obra de Chico Buarque aborda seu papel de cronista das esperanças políticas do seu tempo e foi gravado em Roma. Chico guarda lembranças ambíguas da capital romana. Por um lado, tem fascínio pela cidade, por outro, tem memórias tristes do exílio. Preso e liberado em dezembro de 1968, depois da promulgação do AI-5, Chico e sua mulher, a atriz Marieta Severo (então grávida de seis meses), viajaram para a França e Itália para participar de eventos musicais. Os amigos os aconselharam a não voltar ao Brasil, pois vários artistas e intelectuais estavam sendo presos. O casal foi então morar em Roma, onde nasceu Silvia, sua filha. Só voltou ao Brasil em março de 1970, 15 meses depois de ter partido. Durante as gravações do especial, Chico Buarque foi conhecer a embaixada brasileira, um belo pallazo na Piazza Navona, do qual passava longe na época do exílio. Indagado sobre suas mágoas políticas e a luta contra a censura, Chico disse fazer o possível para não dramatizar: A ditadura encheu muito o meu saco, mas eu também enchi o deles bastante. Sobre as viagens a Cuba, ironiza: Antigamente, o passaporte brasileiro dizia: válido para todos os países com exceção de Cuba. Dá vontade de ir, né?
Andarilho, acostumado a percorrer as ruas do Rio em passo acelerado, Chico caminhou pelas ruas do centro histórico de Roma, revendo os lugares que freqüentou. E durante as canções tem companhias igualmente familiares, como Ruy, Miltinho, Achiles e Magro, do MPB-4, Caetano Veloso, Sergio Bardotti, Tom Jobim, Milton Nascimento e Gilberto Gil. A culinária italiana também está presente com Risotto Nero, uma nova canção feita com seu parceiro e amigo Sergio Bardotti, e mostrada pela primeira vez neste DVD.

Referências:

http://chicobuarque.uol.com.br/ http://chicobuarque.uol.com.br/construcao/index.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Buarque#Estilo_musical
http://www.cliquemusic.com.br/artistas/chico-buarque.asp
http://www.constelar.com.br/revista/edicao73/chicovenus1.php
http://www.emi.com.br/base_para_noticias.asp?c=970
http://www.revistaresidenciais.com.br/det_materia.asp?id=335&ids=34
http://www.santanailustra.com.br/posters/chico_buarque.jpg
http://www.sylviocoutinho.com.br/novidades/chico%202/_PJC0056.jpg

Então é isso!!!! Breve deixaremos toda a coleção na nossa DVDteca, mas para não perder a oportunidade de usar a ferramenta virtual, aí vai também o link para ouvir a obra "Meus Caros Amigos!:http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.phpbusca=Caros+Amigos&param1=homebusca&check=disco

Beijos,

Ana Carolina e Maíra

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Para que serve a arte

Intrínseco ao homem, o processo de criação artística funciona como expressão de sua individualidade e relação com o todo. Isso desde priscas épocas, quando desenhos mágicos traçados em cavernas, como Lascaux na França, tomavam a forma de portais para a representação da vida. Sempre o indivíduo e a sociedade, o micro e o macro, o real e o místico, a angústia e a excitação. A arte não tem um papel concreto, mas em toda a sua abstração decifra, representa e legitima os mais diversos sentimentos humanos.


Como costumava dizer Jean Cocteau, “A poesia é indispensável. Se eu ao menos soubesse para quê…”. Nesta frase concentra-se um paradoxo intuído e sugerido por aqueles que buscam consolidar o valor artístico ao longo da evolução humana, vital para uma discussão mais aprofundada sobre o tema.

A partir dessa edição, iniciamos uma série de artigos, inspirada no texto A beleza do humano, nada mais, de Ferreira Gullar, sobre a função da arte. Para potencializar a reflexão, adotamos uma linha interdisciplinar que vai apresentar a arte, sob o ponto de vista da filosofia, da psicologia, da poética, da economia e da antropologia, entre outros. Acompanhe!

A beleza do humano, nada mais
Ferreira Gullar

Confesso que, espontaneamente, nunca me coloquei esta questão: para que serve a arte? Desde menino, quando vi as primeiras estampas coloridas no colégio (que estavam muito longe de serem obras de arte) deixei-me encantar por elas a ponto de querer copiá-las ou fazer alguma coisa parecida.

Não foi diferente minha reação quando li o primeiro conto, o primeiro poema e vi a primeira peça teatral. Não se tratava de nenhum Shakespeare, de nenhum Sófocles, mas fiquei encantado com aquilo. Posso deduzir daí que a arte me pareceu tacitamente necessária. Por que iria eu indagar para que serviria ela, se desde o primeiro momento me tocou, me deu prazer?

Mas se, pelo contrário, ao ver um quadro ou ao ler um poema, eles me deixassem indiferente, seria natural que perguntasse para que serviam, por que razão os haviam feito.

Então, se o que estou dizendo tem lógica, devo admitir que quem faz esse tipo de pergunta o faz por não ser tocado pela obra de arte. E, se é este o caso, cabe perguntar se a razão dessa incomunicabilidade se deve à pessoa ou à obra. Por exemplo, se você entra numa sala de exposições e o que vê são alguns fragmentos de carvão colocados no chão formando círculos ou um pedaço de papelão de dois metros de altura amarrotado tendo ao lado uma garrafa vazia, pode você manter-se indiferente àquilo e se perguntar o que levou alguém a fazê-lo. E talvez conclua que aquilo não é arte ou, se é arte, não tem razão de ser, ao menos para você.

Na verdade, a arte - em si - não serve para nada. Claro, a arte dos vitrais servia para acentuar atmosfera mística das igrejas e os afrescos as decoravam como também aos palácios. Mas não residia nesta função a razão fundamental dessas obras e, sim, na sua capacidade de deslumbrar e comover as pessoas.

Portanto, se me perguntam para que serve a arte, respondo: para tornar o mundo mais belo, mais comovente e mais humano.

Ferreira Gullar é cronista, ensaísta, teatrólogo, crítico de arte e um dos maiores poetas brasileiros. O maranhense é autor de livros como Poema Sujo e Dentro da Noite Veloz, e de ensaios como Vanguarda e Subdesenvolvimento e Argumentação Contra a Morte da Arte.


Fonte: Boletim da Democratização Cultural Votorantim - Edição 1609/08/2007
Postado por Marco Aurélio Querubim

sábado, 18 de agosto de 2007

Mais opiniões sobre o assunto...

ESTOCOLMO (AFP) - Os biocombustíveis, apontados como os substitutos ideais das energias fósseis para reduzir as emissões de CO2, não são a solução para todos os problemas, segundo especialistas, os quais advertem que sua produção exige muita água, um recurso limitado.
"Enquanto os governos e as empresas discutem a solução para os biocombustíveis, acho que devem levar bastante em consideração a questão da água", afirmou à AFP Johan Kuylenstierna, diretor da Semana Mundial da Água.
Segundo o SIWI, em 2050, a quantidade de água necessária para a fabricação de biocombustíveis equivalerá à necessária para que o setor agrícola abasteça da população do planeta.

"Os biocombustíveis não são 'a' solução, e sim 'uma' solução", considerou Kuylenstierna.
Para Sunita Narain, diretora do Centro para a Ciência e o Meio Ambiente da Índia, os biocombustíveis são "uma boa idéia na teoria, má na prática".

Segundo esta especialista influente, a prioridade passa por discutir e solucionar a questão do consumo de combustíveis.
Porque se torna "extremamente idiota" imaginar que será possível no futuro consumir tanto biocombustível como atualmente consumimos combustíveis fósseis, considerou.

"Se quisermos dedicar água (à produção de biocombustíveis), devemos reduzir o consumo de biocombustíveis. Por exemplo, destiná-los aos ônibus e não aos automóveis", explicou.
Além da questão do limite da disponibilidade de água, os especialistas temem que a produção em grande escala dos combustíveis "verdes" provoque um forte aumento dos preços dos produtos alimentícios básicos.

"A produção de biocombustíveis poderá se tornar uma importante competidora da produção de comida. Os preços mundiais dos alimentos poderão aumentar", explica Kuylenstierna.

Biocombustíveis apresentam balanço ecológico medíocre

Galera, achei essa reportagem na net e postei no blog pois acho interessante a discussão, pois não envolve apenas questões socioambientais, mas um jogo de interesses econômicos, políticos, enfim...
Comentem também!
Bjo.

Maíra

Biocombustíveis apresentam balanço ecológico medíocre
Reportagem do Jornal Le Monde (França) escrita por Hervé Kempf.
Tradução: Jean-Yves de Neufville

18/08/2007


A utilização dos biocombustíveis não permitirá sistematicamente limitar as emissões de gases de efeito estufa, e seria mais eficiente conservar o meio ambiente em bom estado: esta é a conclusão de um estudo que foi publicado na revista "Science", na sexta-feira, 17 de agosto, e co-assinado por Renton Righelato, da World Land Trust, uma organização que se dedica à conservação dos ecossistemas, e por Dominick Spracklen, professor da Universidade de Leeds (Grã-Bretanha). O balanço ecológico dos biocombustíveis em muitos casos é criticado com base na comparação entre a energia gasta para produzí-los e aquela que eles fornecem. O saldo é geralmente bastante medíocre, e até mesmo negativo.Mas a abordagem de Renton Righelato e de Dominick Spracklen é mais original: eles procuraram comparar as emissões de gás carbônico economizadas pelas culturas de biocombustíveis, com aquelas evitadas por outras formas de utilização do solo. Ao compilarem um grande número de estudos, eles compararam os balanços das diferentes formas de utilização do solo: a cana-de-açúcar, o trigo, o milho ou a beterraba, destinados à produção de etanol ou de diesel, a conversão de florestas tropicais em culturas, a conversão de culturas em florestas etc.Por exemplo, a cultura do trigo para produzir etanol permite evitar, ao substituir o petróleo, entre 0,2 e 0,6 tonelada de gás carbônico por hectare por ano. Mas a conversão, nos Estados Unidos, de culturas em florestas de pinhos permite (por meio do crescimento das árvores) economizar 3,2 toneladas de gás carbônico por hectare por ano. Portanto, seria mais interessante dedicar-se à cultura de árvores do que cultivar cereais destinadas a fazer com que os automóveis possam andar.A cana-de-açúcar possui o melhor rendimento dentre os biocombustíveis existentes: cerca de 2 toneladas por hectare de emissões evitadas. Mas isso é muito menos do que aquilo que a transformação de culturas em floresta tropical permitiria economizar (entre 4 e 8 toneladas por hectare), e muito mais desastroso se a cana-de-açúcar for desenvolvida por meio do desmatamento (que "custa" cerca de 200 toneladas por hectare, por ano de emissões).No total, constatam os pesquisadores, se os dirigentes políticos quiserem mesmo privilegiar o balanço ecológico, "o melhor que eles teriam por fazer seria se concentrar na melhoria da eficiência energética dos combustíveis fósseis, de conservar as florestas e as savanas, e de restaurarem as florestas naturais e as pradarias em relação às terras que não são necessárias para a alimentação".Além de tudo, esta abordagem apresentaria vantagens em matéria de biodiversidade e de saúde dos ecossistemas.

Complementando a reportagem...

O biodiesel é um combustível renovável (biocombustível) e biodegradável, obtido comumente a partir da reação química de óleos ou gorduras, de origem animal ou vegetal, com um álcool na presença de um catalisador (reação conhecida como transesterificação). Pode ser obtido também pelos processos de craqueamento e esterificação.
O biodiesel substitui total ou parcialmente o
óleo diesel de petróleo em motores ciclo diesel automotivos (de caminhões, tratores, camionetas, automóveis, etc) ou estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc). Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções.
O nome biodiesel muitas vezes é confundido com a mistura diesel+biodiesel, disponível em alguns
postos de combustível. A designação correta para a mistura vendida nestes postos deve ser precedida pela letra B (do inglês Blend). Neste caso, a mistura de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o biodiesel puro, denominado B100.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Arquivo sonoro - Um pouco de Samba Rock e Música rural


É isso mesmo galera... No geral conhecemos um pouco de música regional e mpb (dessas mais conhecidinhas, não é?). Mas em outros momentos conhecemos outras coisas, nos apaixonamos e nem sabemos porque, aquele lance de encantamento e tal.
Samba rock é um estilo musical derivado do samba com fortes influências do Rock, Funk e Soul. Seu criador é o cantor e compositor Jorge Ben. O inventor do samba-rock como música é Jorge Ben Jor, que nega até hoje. Há que teorize sobre o arranjador Sergio Mendes, que misturou samba, bossa nova e jazz. Erasmo Carlos também foi identificado no teste de DNA do ritmo.Mas o grande Jorge Ben no disco “O Bidu” é realmente o pai do samba-rock. Depois uma geração de músico adaptou o samba, que era tradicionalmente tocado em compasso binário (2/4), ao compasso quaternário (4/4) do rock. Além de usar instrumentos elétricos, como guitarras.

Rock Rural é um estilo musical criado por Sá Rodrix e Guarabyra na década de 70 do século XX, no Brasil, o rock rural incorporou influências do folk e country anglo saxônico ao estilo da toada lusitana, com uma linguagem poética que se refere aos temas do campo, resultando numa musicalidade com ritmo de balada pop.
Num nível mais específico, encontrar-se-á uma variedade de denominações no que se refere às versões urabanas do universo rural no formato de música popular. O rock rural contribuiu para um processo de reavalição da cultura popular, que culminaria mais tarde com o estabelecimento dos valores do mundo rural como algo 'cool', aceito pela população urbana.
Nesse contexto, o rock rural foi um movimento pioneiro. Sem intenção declarada por seus criadores, utilizou a técnica da antropofagia criada por Oswald de Andrade em Manifesto Antropofágico, parte do Movimento Modernista de 1922, que introduziu o Brasil nos conceitos de vanguarda da produção cultural do Ocidente no início do século XX.

E é dessa mistura que surge baianos e os novos caetanos. Uma dupla musical e humorística composta pelos humoristas Chico Anysio e Arnaud Rodrigues, satirizando no título o conjunto Novos Baianos e o cantor Caetano Veloso. Nascida nos anos 70 como uma sátira ao tropicalismo a dupla formada por Baiano e Paulinho (personagens de Chico Anísio e Arnauld Rodrigues, respectivamente, no humorístico “Chico City”) trazia em suas canções letras divertidas e engajadas e um instrumental de primeira, com belos arranjos de violões, sanfonas e cavaquinhos, entre outros instrumentos. Clássicos como "Vô Batê Pá Tu", que fala das delações na ditadura, e "Urubu Tá com Raiva do Boi", uma crítica à situação econômica do país e ao falso “milagre econômico brasileiro”, e a bela "Folia de Reis", fizeram de Baiano & Os Novos Caetanos um nome significativo no universo do samba-rock e da música rural.
Como não encontramos nenhum registro virtual para disponibilizar aqui deixaremos algumas mídias para apreciação e composição da CDteca.
Boa escuta a todos...
Poliana Diniz e Ronan Vaz

sábado, 11 de agosto de 2007

Vídeo da ESCUTATÓRIA

Galera,

Olhem o que o Welton fez....
Vale a pena ver.
É um clip nosso que ele fez a partir das fotos do nosso show.
http://br.youtube.com/watch?v=eYBjTA2UAKI
É só clicar aqui.
Beijos.Mariane

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Texto para Formação

Pessoas,

O texto abaixo é o primeiro daquela categoria "leitura obrigatória".
Estava procurando algo que falasse sobre projetos sociais em espaços mais perfiéricos da cidade ou coisas do tipo. No entanto, me deparei com um texto da nossa amiga Terezinha Guerra que tem muito a ver com uma discussão muito presente no nosso trabalho atualmente: o REGISTRO.

No texto, ela fala do registro pedagógico do trabalho com crianças quando o assunto é ARTE. Sua abordagem não é organizacional e sim pedagógia: ainda temos muito o que aprender sobre transformar esses registros em dados e números objetivos. No entanto, acho que estamos no caminho quando no que diz respeito a perceber e registrar os resultados do nosso trabalho no cotidiano das oficinas.

Coloquei só o link aqui, pois o texto ficaria muito extenso e difícil de ler. O site é do Instituto Arte na Escola. Vale a pena ler outras coisas lá também.

Leiam e façam os comentários. Lembrem-se que o período de comentários é entre os dias 10 e 30 de agosto.

Bjs e boa leitura!

http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=17

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

PRONTO! Os comentários estão de volta!

Pois é, os comentários voltaram...
Ai, jisuis!!! Ainda não deu certo de colocar os comentários de volta. Mais uma tentativa....

Link para os comentários

Gente, não sei porque cargas d'agua o link para os comentários sumiu, despareceu, escafedeu-se... Acho que consegui colocá-lo de volta. Se não, vou tentar de novo ou pedir ajuda aos universitários.
Bjim! Franciele.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Texto sobre Ética biofílica

EMCANTADOS,

Estamos postando mais um texto,agora sobre educação socioambiental. Trata-se da ética biofilica, um tema que iniciou-se uma pequena discussão no nosso grupo de estudos .Mas é algo de interesse de todos nós(quem participa do grupo e quem não participa também).Então é só cliclar nesse link,e depois deixar um comentário aqui,ok?

http://www.cetrans.com.br/genericoCostaEtica.html

Beijos,Mariane

domingo, 5 de agosto de 2007

Mais um pouquinho de poesia, que mal tem?

Pipous,
O poema abaixo é do Oswald de Andrade e vai especialmente para a Carol, que já postou dois textos nessa linha e para o Vaz que é, como bem dizia o professor Vilmar, o cão em...ops! o Oswald em pessoa. rsrsrs
Ah! Tô aprendendo a mexer nesse trocim aqui agora, por isso meu comentário do texto da Carol ficou como anônimo e ainda assinado no final. Ninguém merece uma feiura dessa! hehe
Bises!
Lopéz


Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Educação pela Arte: um pedacinho de filosofia e poesia

Para dividir com vocês um pouco de filosofia e poesia, um pensamento que curto muito:

"O mais sublime ofício da poesia é o de conferir sentido e paixão às coisas insensatas"
Giambattista Vico (filósofo italiano)
Obra: Princípios de uma Ciência Nova (1979)

Bjo
Maíra

Gente, que figura!!!

Esse post vai especialmente pra Mariana e pro Junim.
Eles estão trabalhando lá no Curupira a música "Sebastiana" de Rosil Cavalcanti que ficou famosa na voz e interpretação peculiares de Jackson do Pandeiro. E, por acaso, encontrei essa pérola de vídeo. Enjoy!!! (agora a gente tem falar um iglesim, já pensou se a gente for mesmo para na Holanda?!?)
http://www.youtube.com/watch?v=x-L7m9Tz4sE

A quem se interessar possa (êta, expressãozinha esquisita):
Nessa mesma página tem vários outros vídeos muito bons também do Jackson. Vê lá...

Franciele.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O gigolô das palavras (Luís Fernando Veríssimo)

Gente, essa é aquela crônica que a Cleusa citou para nós no dia da oficina dela na nossa formação em Fevereiro. Sempre tive vontade de compartilhar.... o blog agora veio "a calhar".
Beijos

Ana Carolina

O gigolô das palavras
Luís Fernando Veríssimo
Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa ("Culpa da revisão! Culpa da revisão !"). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.
Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer "escrever claro" não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover... Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.
Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas - isso eu disse - vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.